Estamos num momento muito propicio
para refletir sobre reinvenção das nossas vidas, seja pelo fato de termos
passado recentemente por um isolamento social, ou por um governo conservador.
Talvez, todo esse perÃodo em que passamos sirva também para dar novos
significados a nossa existência.
E dar outros significados também sugere se reinventar.
Essa palavra me remente à infância, lá por volta dos meus cinco anos, quando
pela primeira vez eu ouvi uma canção de Guilherme Arantes/Jon Lucien, na voz de
Maria Bethânia, chamada ”Brincar de Viver”.
A seguir um trecho:” .
..Você
verá que é mesmo assim/
Que
a história não tem fim/
Continua
sempre que você responde "Sim" a sua imaginação/
A
arte de sorrir/
Cada
vez que o mundo diz "não"...
Você
verá que a emoção começa agora/
Agora
é brincar de viver...”
Com arranjos harmoniosos, uma letra
reflexiva e motivadora, penso que “Brincar de Viver” seria uma espécie de
canção ideal para o momento em que vivemos atualmente. A letra é uma ponderação
sobre a existência, sobre a vida, e de alguma forma faz com que a esperança
dialogue conosco. Maria Bethânia, com sua voz majestosa nos convida a
redescobrir nosso lugar no mundo:
“...Quem
vai querer voltar pro ninho/
Redescobrir
seu lugar/
Prá
retornar e enfrentar o dia-a-dia /
Reaprender
a sonhar...”
Voltar para o ninho, é voltar-se
para dentro de si, caro leitor. Contemplar a si mesmo, buscar-se dentro de
você, se autoconhecer, aprimorar suas habilidades, contemplar sua
subjetividade, descobrir o que você tem de melhor e valorizar tudo isso.
Você lê, você escreve, você pensa,
reconstrua a sua vida, começando pela sua imaginação, ela é parceira da
criatividade. Quem é você? Qual sua
missão aqui nesse mundo? Quais seus sonhos, o que ainda pensa em fazer, ou
resgatar em sua vida? Imaginar é inventar e consequentemente se reinventar, nos
dizia sempre a professora Narjara Macedo.
“...A
arte de sorrir cada vez que o mundo diz não". Esta frase é
uma das passagens mais interessantes da letra, pois como sabemos, o mundo nos
dá muitos “nãos”, porém devemos continuar lutando para termos o nosso “sim” e
não importam quantas “negativas” a gente receba, implica o que faremos com
elas, isso faz toda a diferença.
Talvez seja essa uma das missões de seres iluminados como
professora Narjara Macedo, servir de referências para nós, aprendizes da vida.
Com sua habilidade de transmitir conhecimento, ela nos motiva a abrir novas
janelas, quando portas se fecham, criar novas perspectivas, enxergar a vida por
outro angulo, ir sempre além ... Daà a
importância de cultivar a arte de sorrir, de viver, bem como de termos
esperanças, de termos resiliência.
Estamos passando por uma época de mudanças, parece clichê dizer isto,
todavia sabemos que a vida, na verdade nunca deixou de ser uma espécie de
“caixinha de surpresa”. Quem não lembra do filme “Forrest Gump” e da famosa
frase do carismático personagem :“A vida
é como uma caixa de bombons, você nunca sabe o que vai encontrar lá
dentro...” Você já parou para pensar
que realmente ele tem razão; não sabemos nada sobre o dia de amanhã, todavia
podemos aproveitar o hoje e fazer muitos planos para a nossa vida, mesmo que
alguns não se realizem. Mas, o que vale é a tentativa, é a emoção de se sentir
vivo e útil.
Narjara Macedo, com seu exemplo, nos
deixava claro que deverÃamos ter a consciência de que o importante na vida é
não parar de lutar, não parar de seguir nossa jornada, descobrir-se,
conhecer-se. Sonhar, planejar, imaginar, fazem parte do processo de
encontrar-se. Que outras preocupações
sejam insignificantes diante da vontade de ser, de fazer a diferença. Que as
limitações do ser e as decepções do caminho sejam motivadoras de crescimento,
de aprendizado. Quando pensamos “sonhar
demais” ou “sentir demais”, vale considerar que o sonho e o sentir compõem a
tentativa de definição que buscamos a vida toda. Há tanto para ser visto e
vivido, por que não ousar? Afinal de contas, só temos uma vida, e ela passa
muito rápido...
Enfim, a
vida é assim, feita pra sorrir e pra chorar, felizmente ou infelizmente, se não
tivesse essa “balança” como saberÃamos apreciá-la? Como iriamos diferenciar os
momentos bons dos ruins? Talvez ficássemos entediados. Temos que, como sugere a
letra da música, “brincar de viver”, não no sentido da irresponsabilidade,
porém aproveitar a vida da melhor forma, com alegria e esperanças.
Narjara Macedo, onde você estiver,
obrigado por nos ensinar a RECOMEÇAR, e acima de tudo, buscar forças, ter fé,
valorizar o ser humano e admirar as pequenas coisas, pequenos gestos, se
surpreender com algo que não esperávamos, dar novos significados para nossa
vida, todos os dias.
Só assim poderemos nos reconstituir, pois como sugeriu
Cecilia Meireles, “a vida só é possÃvel
reinventada".
Por Thiago Gonzaga.
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